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  • Foto do escritorMulheres Cannábicas

Expomedeweed 2017

10 de dez, 2017, Ana Cavalcanti




Nos dias 24, 25 e 26 de novembro de 2017, aconteceu a segunda edição da expomedeweed , uma feira para discutir e promover a reflexão acerca do uso empresarial, industrial, médico e terapêutico da cannabis. Cada uma dessas possibilidades foi explorada de forma diferente e nos permitiu aprender muito sobre esses campos. A feira foi muito diversa, em um lindo local, no Jardim Botânico de Medellín e bem organizada. Havia vários stands de marcas de diferentes países. Além de conhecer os novos produtos, tivemos uma pequena noção da variedade da cultura cannábica e das prioridades relativas a esse tema em cada lugar. O mercado, embora tenha transformado em coisa também a cannabis, pode ter um papel importante em normalizar tal substância ao trazê-la para legalidade e ao desfazer associações que foram feitas entre maconheiros e aspectos negativos. Fica claro que empresários já perceberam os potenciais de investimento da cannabis. Grandes negociações são feitas durante os dias das feiras, além das vendas realizadas para os clientes que participam dela. Os outros usos nos lembram que tampouco a cannabis é apenas um negócio e ela também sofre limitações em razão de paradigmas biomédicos, capitalistas, machistas e outros istas que têm contribuído para opressões diversas. Felizmente, a cannabis é uma possibilidade de mudança para vários aspectos da vida humana. A diversidade das pessoas que fazem parte da comunidade cannábica proporciona que essa diversidade seja incluída na nova indústria que está sendo construída, alterando sua estrutura em relação às demais indústrias ao criar negócios disruptivos. Vale citar como exemplo o fato de que a indústria da cannabis é uma das que, atualmente, mais possui espaço para as mulheres e microempreendedores; ou de que há associações operando formadas por indígenas, um dos grupos mais afetados pela Guerra às Drogas. Os usos terapêuticos demonstram como podemos cuidar da nossa saúde com muita autonomia, em uma relação direta entre nós e a natureza. Como podemos inclusive repensar o que é a saúde e o bem estar em nossas vidas. Há cremes, pomadas, protetor labial, tinturas, pasta de dente e outros artigos produzidos a partir da planta que podem ser muito benéficos para a humanidade e que dispensam a mediação de um médico.

A cannabis, por meio do entourage efect, demonstra como a natureza intacta pode ser mais eficaz que se modificada e separada pela humanidade e por isso deve ser aproveitada pela comunidade médica que vise aumentar seu potencial para tratamentos efetivos, para novas possibilidades terapêuticas em casos já sem esperança e mesmo para a formulação de novas teorias relacionadas às doenças. Justamente por isso, no dia 27 houve um Seminário Internacional com palestras de diferentes lugares para discutir e disseminar as mais recentes descobertas científicas, clínicas e terapêuticas relacionadas ao sistema endocannabinoide. Os palestrantes comentaram sobre a aplicação de cannabinoides em diversas doenças como câncer, alzheimer, parkinson, fibromialgia, diabetes e até mesmo acne.

Por fim, o uso industrial, embora possa indicar um novo material rentável pra indústria, evidencia como toda lógica do processo industrial pode ser modificada e não necessariamente ser insustentável para o planeta ou resultar em resíduos tóxicos em uma cadeia exploratória de recursos e pessoa. As possibilidades com o cânhamo são imensas e é possível pensar uma regulamentação que associe a cultura do cânhamo, de maneira sustentável, à reparação histórica em razão da Guerra às Drogas àquelas pessoas que mais sofreram seus danos.

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