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Terroir Amazonense

Foto do escritor: Mulheres CannábicasMulheres Cannábicas

15 de maio, 2018, Emily Bandeira


Aqui são apenas impressões dos becks cultivados pelos amazonenses que tive a oportunidade de experimentar.

Esses pitos não me morgam o corpo. Eles furam buracos no tempo presente e talvez esse seja seu maior perigo, o susto de cair da cabeça direto pra realidade. Ele chama uma presença dessas que uma floresta amazônica exigiria. Ao mesmo tempo sua leveza amansa todos os gestos. Sentar-se à mesa e prosear é praxe.

Café com açúcar. Um pito. Dois pito.

Plantando no quintal seu próprio pito perfumado. Folhas finas. Quais tipos de sinais não será que as cannabis amazonenses não compartilham com a floresta? Que terpenos não se sobrevoam e se encaixam por aí?

O terroir amazonense brinca com o tempo demais. O dia é infinito e breve. A chuva é diária. O verde é certo. E o cheiro de mato doce e fruta vagueia. Deve ser desafio distrair-se da vida pitando presença.




O terroir amazonense e o tempo.

Um pito e muitas voltas

A natureza se engole a todo momento

A roda passa rápido

O presente e o tempo

Tudo se engolindo junto

O presente e o tempo

Tudo se engolindo junto

A roda passa rápida

Um pito e muitas voltas

A natureza que se engole a todo momento

A natureza se engole a todo momento

E a roda passa rápida

Um pito e muitas voltas

O presente e o tempo

Se engolindo junto

Um pito e muitas voltas

A roda passa rápida a todo momento

Tudo se engole junto

A natureza e o tempo

Um abocanha o outro por dentro

O pito e o presente

Pito esquecido

No meio da chuva ele surge

Espalhando fumaça branca pelas casas de madeira

Parece que a sua missão

Intimamente ligada ao hipocampo

É continuamente esquecida

Pito que costura

E assim se fuma

Se acende

Se passa

O pito que fura o tempo

Cria fio de si

E se costura até voltar pro presente

Pito que se amazônia

A cada pito da floresta

Cipó que enrosca os óio

Cigarra que zumbe os ouvido

Barulho de folha que cai

E cai junto pingo de chuva

Pinga na mesa

Pingagora

Pito uma encruzilhada

Dia de ir na mata

Sentar no meio da encruzilhada

E observar a trama delicada

Do presente que se traça

Pito presente

Esse pito não se deixa escorregar muito além do presente

Inevitavelmente longe o não estar aqui

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